sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Uma história sem nome!


Correu, correu, correu até não poder mais, a poucos metros havia um rio e ela ajoelhou-se na margem dele. Seu corpo estava completamente suado e apesar de chorar copiosamente, em alguns momentos a mistura de lágrimas com suor lhe ardia os olhos. Já estava anoitecendo, isso queria dizer que havia se passado mais de 12 horas, provavelmente conseguiu atravessar a fronteira entre os estados. Ainda era possível sentir o sangue em suas mãos e com certeza a pólvora do 38 com o qual atirou não abandonara seu corpo. Precisava fugir mais, ir mais longe, mas estava esgotada, uma noite em claro e um dia inteiro sem comer eram mais do que ela podia aguentar. Tomou um  pouco de água do rio.

            Instintivamente vai para debaixo de uma árvore e apesar do cansaço não conseguiu dormir imediatamente, pois a adrenalina ainda percorria todo seu corpo, visões dos acontecimentos recentes lhe permeavam a mente, prenúncios de que seu sono seria bastante atribulado. Bem que dizem que o tempo é relativo, pois para ela parecia que tinha se passado não mais que alguns minutos, mas os brilhantes raios de sol que iluminavam tudo ao redor eram prova irrefutável de que havia se passado várias horas desde que chegara ali.
           
            Com muito esforço e opondo-se a lancinante dor que lhe percorria os músculos do corpo, oriunda do ácido lático, resultado da maratona do dia anterior, ergueu-se! Era vital que a dor parasse, então começou uma série de alongamentos que traziam um grande alívio para seu corpo, os anos na faculdade de Educação Física, serviram de alguma coisa. Sua maior preocupação agora é a  fome. Precisava se alimentar, precisava ter calma, precisava manter-se em paz, por um momento sorriu ao lembrar das aulas de yoga, seu mestre sempre dizia: - desacelere, desacelere, limpe a mente, mente tranquila. Paz e tranquilidade sempre mostram a melhor forma de resolver as coisas.
           
            Do outro lado rio, haviam belas e frondosas árvores frutíferas, e como esta parecia ser sua única opção no momento, ela resolveu agarrá-la pulou no rio e nadou até a outra margem, recolheu algumas frutas e as comeu como se fossem o melhor manjar mandado por Deus.

continua...

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